Fernando Haddad e a Crise: Estratégia Política ou Desculpa?

Fernando Haddad e a Crise: Estratégia Política ou Desculpa?

Em tempos de crises econômicas e políticas, a culpa parece sempre encontrar um alvo conveniente. Recentemente, o ministro Fernando Haddad trouxe um novo capricho à cena política ao sugerir que as Big Techs e a extrema direita global estariam conspirando contra a democracia. É curioso ouvir isso de um ministro, especialmente quem, há pouco tempo, acreditou que os memes poderiam ser os responsáveis pela alta do dólar. Então, o que esperar de um governo que, ao invés de assumir responsabilidades, prefere apontar dedos?

Na sua mais recente declaração, Haddad alegou que essa aliança entre as grandes empresas de tecnologia e o que ele chama de fascismo ameaça a democracia global. É um argumento bastante carregado, quase dramático, e faz a gente se perguntar: será que não há um exagero aqui? Afinal, as Big Techs sempre foram alvo de críticas pelas suas políticas, mas não me parece que a alternativa seja ver um retorno a uma suposta “doutrinação” ideológica progressista que, segundo ele, teria dominado as redes. Pelo contrário, se formos analisar com frieza, o que aconteceu foi uma flexibilização desse controle, permitindo uma maior pluralidade de vozes.

E tem mais. Essa coisa de etiquetar todo mundo que discorda de nós como fascista ou extremista é uma armadilha perigosa. Isso, sim, é antidemocrático, porque limita o debate saudável e leva a uma exclusão das ideias que não são populares no momento. Será que isso é realmente o que queremos como sociedade? Que ideias sejam caladas apenas porque não agradam a um certo grupo?

"Como a Luta Contra as Fake News Pode Ameaçar a Liberdade de Expressão e a Confiança nas Instituições"

Outra questão é que é quase um truque de mágica ver o governo apontar as fake news como o novo inimigo. Parte dessa estratégia parece ser um jeito de justificar uma possível fiscalização das redes sociais, o que, se não vigiar, pode acabar sufocando a liberdade de expressão. E olha, não dá para esquecer que a falta de confiança nas instituições é um dos principais problemas enfrentados. A comunicação do governo precisa ser mais transparente se quiser restaurar essa confiança, não transformá-la em um jogo de empurra-empurra.


Por outro lado, o tema da democracia sempre traz à tona a velha dúvida: será que esses alarmes soam também como um eco do medo da esquerda perder o poder, especialmente quando observamos o panorama de outros países? Existe, sim, um receio latente quando vemos mudanças geopolíticas, mas será que desviar o foco vai realmente ajudar a resolver as questões internas que enfrentamos?

A verdade é que a gestão econômica enfrenta problemas sérios e só culpar outros não vai consertar isso. Parece que toda essa ideia de conjurações do mal e de fascismo em cada esquina está mais para um bode expiatório do que para uma análise genuína do que ocorre no país. A pergunta que fica é: até onde essa narrativa vai levar o debate público? E mais importante, quando essa dança das cadeiras de culpados vai acabar?

"Como Construir um Espaço Democrático Saudável: Reflexões sobre Debate e Diversidade de Ideias"

O que mais me intriga é imaginar como a história vai se desenrolar. Será que vamos acordar num futuro próximo com uma nova abordagem mais reflexiva, ou continuaremos presos nesse ciclo de acusações e teorias que não levam a lugar nenhum? A libertação do debate, o caráter plural da democracia, talvez exijam mais do que simplesmente desconstruir inimigos imaginários. E é preciso manter a mente aberta para a diversidade de ideias, porque, assim, podemos realmente construir um espaço democrático saudável.


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